quinta-feira, 17 de julho de 2008

RISUS: THE ANYTHING RPG (S. John Ross) - Gratuito e completo

(link de download do Manual Básico no final da postagem)
Olá bravos aventureiros! Acredito que vocês estejam cansados da longa jornada que fizeram pela Costa Ocidental. Convido-os para um merecido descanso próximo da lareira de marfim do Forte do Sábio. Com certeza é uma boa idéia tirar a armadura, assim como pegar uma cerveja fresca e, não menos importante, preparar-se para uma breve sessão de RPG.

Deve ter passado pela cabeça de qualquer um de vocês: Jogar RPG? Agora? Não estamos muito cansados para fazer uma ficha de personagem e bolar uma história convincente?

Sim, fazer uma ficha de personagem muitas vezes é cansativo e demorado. Muitas vezes as regras não ajudam muito (é prudente procurar uma tabela de acerto crítico com machados para gnomos depois que você trabalhou 8 horas?). E quando o mestre (ou narrador) não bolou nada? Vocês já sentiram uma vontade de jogar despreocupados e não conseguiram, pois preencher uma planilha ou aprender regras novas era "exagerado"?

Como resposta a esta dificuldade surgiram diversos RPGs compactos e genéricos, que pretendiam oferecer um sistema simples e enxuto, cuja rapidez na criação do personagem e no aprendizado das regras possibilitam aquela sessão rápida na quarta-feira depois do trabalho, naquele passeio à praia ou mesmo no improviso de um domingão sem sol. Entre vários exemplos temos o SHERPA (REFRÃO no Brasil), o tupiniquim ZIP (distribuído em algum EIRPG, não me lembro qual) e o bem feito RISUS.

Hoje vamos apresentar o RISUS, um belo jogo gratuito e completo

Descrição

O RISUS, nas palavras do próprio autor, é um RPG leve, para aquelas noites em que o cérebro está cansado para detalhes. Foi feito especialmente para uma sessão rápida de jogo em um encontro de RPG, assim como para aquele jogo de madrugada acompanhado de cerveja e de biscoitos.

Não esperem um sistema rebuscado de regras ou uma ambientação antológica. RISUS não traz nada disso, já que sua proposta é no estilo "faça seu personagem em 5 minutos e divirta-se". Como testemunha especial (mestre e jogador), confesso que o "joguinho" de John Ross cumpre o prometido.

Ambientação

RISUS é um jogo genérico. Não há uma ambientação que acompanha o jogo e nem um tipo especial de tema ligado ao sistema.

E qual a razão disso? RISUS pretende concorrer com o novo GURPS?

De maneira alguma. O objetivo de RISUS é somente o de oferecer linhas mínimas para aquela joguinho de última hora, em que ninguém pensou previamente (ou quis pensar) em personagens, cenário ou campanha. Assim, o jogo de John Ross é livre de cenário por motivos óbvios. Não se quer lançar um grande blockbuster, apenas fornecer ferramentas para que a vontade de jogar não esbarre em dificuldades técnicas. Ter um cenário aqui, qualquer que fosse, iria de encontro com o conceito do jogo.

Sistema

Falamos e falamos que o sistema era simples. O intento de RISUS é ser o mínimo necessário para um jogo sem discussões entre players (do tipo: - eu te acertei / - não, não acertou não).

O personagem é feito em cima de Clichês, Hooks e Tales (não há atributos, perícias, talentos, vantagens, pontos de sorte, etc.)

O clichê é uma descrição curta que indica o que o personagem é e o que ele é capaz de fazer ou não. O clichê Astronauta, por exemplo, permite que o personagem pilote naves espaciais e não se atrapalhe em gravidade zero, enquanto o clicê Cavaleiro indica que o personagem sabe cavalgar, usar lança e espada, conheça heráldica e seja casto.

Os clicês são definidos em termos de dados. Na criação de um personagem, o jogador deve distribuir, em regra, 10 dados (d6) entre os clichês. Inicialmente pode-se ter um máximo de 4 dados em um clichê. Um personagem equilibrado tem de 2 a 4 clichês.

Os testes são feitos contra um número de dificuldade. Deve-se rolar e somar os dados de um clichê em teste e há sucesso quando se obtém um resultado maior do que a dificuldade. Nos testes de Combate (combate de oratória, de espadas, em corridas de cavalos, etc.) os personagens rolam seus dados dos clichês em disputa, sendo vencedor a maior soma dos D6's.

Existem regras opcionais para combates em grupos e para a utilização de dados que não sejam apenas o D6 (regra útil para uma aventura estilo Supers).

Além dos clichês é permitido adicionar Hooks e Tales ao personagem. O Hook é uma desvantagem significativa ao personagem - uma paranóia por exemplo - enquanto uma Tale é a história completa do personagem (fornecendo mais cor e vida aos clichês). Se adicionados ao personagem, tanto o Hook quanto a Tale fornecem mais um dado (D6) para a criação do PC.

Resumindo, gasta-se 5 minutos (ou menos) para montar a ficha com base em clichês (que dizem tudo: se o personagem é forte ou fraco, se ele pode ou não fazer algo, se ele é rico ou pobre, etc.) e toda a mecânica do jogo funciona em volta dos clichês.

Não vou demorar muito mais aqui. Leia as regras (link para o livro abaixo), que estão em apenas 6 páginas (na versão original) e são de fácil entendimento.

Palavras do Paladino de Minerva

Meu nobre colega arcano foi claro e coerente. Muito pouco espaço me deixou para novas sugestões. Como bem disse o esclarecido místico, RISUS foi reservado para sua sessão despretensiosa de RPG. Imprima, leia e teste o sistema com o seu grupo. Se agradar, deixe-o sempre na mochila para momentos de desespero, de cansaço mental ou, como não poderia deixar de ser, tentem rolar uma campanha (principal ou secundária) com RISUS. O sistema é bom e divertido o suficiente para permitir horas de jogo.

Uma dica que não poderia deixar de dar: Gostando de RISUS, visite a página da Ordem Internacional de Risus, um grupo "oficial" do jogo ligado a editora Cumberland e a S. John Ross. Lá há a possibilidade de pegar o Risus Companion (para sócios), que é uma espécie de complemento do "Manual Básico", fora que, sendo um jogo gratuito e aberto, qualquer um pode colaborar (imagino que materiais em português ajudarão a fortalecer o jogo em terras brasileiras).



Vantagens:
1. Jogo Gratuito
2. Sistema simples
3. Clichês (idéia bem bolada)
4. Já acabei meu personagem ! Vamos jogar!

Desvantagens
1. Versão original em inglês (há uma versão em português no formato word, link aqui).
2. Pela simplicidade, há situações críticas, como a desproporção entre um personagem de clichê 1 enfrentando um de clichê 4 ou em campanha de Supers (Todavia, a proposta do jogo não é ser perfeito tecnicamente. O bom senso do mestre e dos jogadores é uma ferramenta simples para contornar esse problema).

Tesouro tipo A

Página oficial de Risus - Informações sobre o jogo, Download do manual básico, das fichas de personagem, do escudo do mestre e outras coisas úteis (tudo grátis).

Página do Alexandre - Com o RISUS traduzido para o português, em formato word.

Wikipedia - Página do jogo na Wikipédia em inglês

Risus Companion - Suplemento oficial de Risus (pago !?!)

Risus Supers - Suplemento para jogar Supers

Sites de Risus aqui e aqui.

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